Combinação de Fármacos
na DHGNA
Ezetimiba e
Rosuvastatina Contribuem para Melhora dos Sintomas Associados a essa Patologia
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), que afeta de 20% a 30% da população mundial, é cada vez mais reconhecida como um grande problema de saúde pública. De acordo com a American Association for the Study of Liver Diseases (AASLD), a DHGNA é definida pela presença de gordura (=5%) no fígado (esteatose hepática) observada por imagem ou histologia, após a exclusão de causas secundárias de acúmulo de gordura hepática, como consumo significativo de álcool, uso a longo prazo de medicamentos esteatogênicos e desordens hereditárias monogênicas.
Clinicamente, a DHGNA abrange um amplo
espectro de alterações histológicas, que variam de uma simples esteatose a
esteato-hepatite não alcoólica (NASH), caracterizada por inflamação e fibrose.
Ao mesmo tempo, sabe-se que a DHGNA
contribui substancialmente para o risco de eventos cardiovasculares fatais e
pode, assim, exacerbar a mortalidade geral. Além disso, essa afecção é
considerada uma manifestação hepática de síndrome metabólica, que inclui
hiperlipidemia, intolerância à glicose, obesidade e hipertensão arterial
sistêmica. Assim, é considerada uma doença multissistêmica que requer uma
abordagem multidisciplinar no tratamento.
Ezetimiba
e Rosuvastatina
A rosuvastatina atua inibindo a enzima HMG-CoA redutase (3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA
redutase), convertendo-a em mevalonato, bloqueando, assim, uma
etapa crucial na biossíntese do colesterol. Esse fármaco também regula
positivamente os receptores de LDL-colesterol no fígado, o que promove a
diminuição dos níveis de colesterol circulante.
A ezetimiba exerce um efeito inibitório na absorção de colesterol presente no intestino delgado. Inúmeros estudos indicam que o tratamento combinado de estatinas e ezetimiba possui efeitos significativos na redução do LDL-colesterol, auxiliando também na prevenção de eventos cardiovasculares.
Estudo Demonstra
Um estudo publicado no periódico internacional BMC Medicine avaliou a eficácia da ezetimiba em associação com rosuvastatina vs. rosuvastatina em monoterapia na redução da gordura hepática. A avaliação foi feita através de ressonância magnética em pacientes com doença em questão.
Resultados
Ø A terapia combinada reduziu significativamente
o conteúdo de gordura hepática quando comparada com a monoterapia (diferença
média na ressonância de 3,2% - p=0,020);
Ø Houve expressiva diminuição da
gordura hepática no final do estudo quando comparado com a linha base nos
grupos 1 e 2 (p<0,001);
Ø Indivíduos com alto IMC (índice de
massa corpórea), diabetes tipo 2, resistência à insulina e fibrose severa
responderam melhor ao tratamento com a ezetimiba;
Ø Os parâmetros de controle da doença, realizados por elastografia transiente, foram consideravelmente melhores no grupo 1 (p=0,018) em comparação ao grupo 2 (p=0,104).
Conclusão
A combinação de ezetimiba e rosuvastatina apresentou resultados mais satisfatórios no tratamento de pacientes com DHGNA, pois promoveu significativa diminuição da gordura hepática quando comparada à monoterapia com rosuvastatina.
Referências bibliográficas
Cho Y, Rhee H, Kim YE, Lee M, Lee
BW, Kang ES, Cha BS, Choi JY, Lee YH. Ezetimibe combination therapy with statin
for non-alcoholic fatty liver disease: an open-label randomized controlled
trial (ESSENTIAL study). BMC Med. 2022 Mar 21;20(1):93. doi:
10.1186/s12916-022-02288-2. PMID: 35307033; PMCID: PMC8935785.
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